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  • Projeto Tatiane Spitzner

Aprender a se conhecer e a conviver com os demais | Artigo

22 de julho de 2020

Este texto faz parte da campanha ‘respeito é a base da transformação’, lançada pela Subseção no início de julho com o propósito de trazer reflexões para os profissionais sobre temas que permeiam o dia a dia de todos.

APRENDER A SE CONHECER e APRENDER A CONVIVER COM OS DEMAIS são dois processos que precisam estar em constante desenvolvimento. E este processo de educação envolve 4 etapas fundamentais, sendo:

Cognitivas: Aprender a conhecer e aprender a fazer;

E socioemocionais: aprender a conhecer-se e aprender a conviver com o outro.

COMO DESENVOLVER AS ETAPAS SOCIOEMOCIONAIS ADEQUADAMENTE PARA ESTABELECER RELACIONAMENTOS E CONVIVÊNCIA SAUDÁVEIS?

É preciso tomar consciência de que nascemos com todas as potencialidades e habilidades para dar conta dos problemas que enfrentaremos no dia a dia, ao longo de nossas vidas. Porém, elas estão em nosso inconsciente, junto com as experiencias positivas, negativas e traumáticas que ao longo dos anos vamos armazenando nesta instancia de nossa personalidade. Nossa consciência é seletiva. E nem sempre aceita que as experiencias negativas ou traumas venham à tona, mesmo até porque, isto pode chegar a ser muito doloroso.

Por quê?

Porque é a sombra da nossa personalidade, como explica Jung. E não é muito nada agradável me deparar com essa realidade que em geral quero manter distante “enterrada”. Existem duas realidades com as quais me confronto ao longo da minha existência:

Meu Ser e Meu Parecer Ser.

Meu Ser: É uma demanda interna que exige meu querer ser e acontecer. Que quando bem compreendido e usando as ferramentas que me permitem entrar em equilíbrio, me possibilitam descobrir que posso ser eu mesmo, sem impactar negativamente no outro.

Meu Parecer Ser: É a demanda externa que exige que EU apresente ao mundo, uma projeção para me sentir aceito. Que busca me encaixar em padrões sistematizados, que rotula, julga e por medo a esse julgamento, procuro me ajustar. Crio papeis e personagens de acordo com os cenários dos palcos onde preciso me apresentar: casa, escola, trabalho, igreja (…). Viver representando dá muito trabalho, exige muita energia para manter vivas as personagens de cada um dos palcos da vida. Para sermos saudáveis, precisamos do equilíbrio. Neste sentido, encontrar o equilíbrio o significa aplicar o mesmo questionamento na tomada de decisão (Quero? Posso? É adequado?). Aqui, ao responder as três perguntas, me adapto a essa realidade sem conflito interno. Porém, quando aplico somente as duas primeiras perguntas, (quero? e posso?” torno-me egoísta e prepotente.

Tanto o Meu Ser quanto Meu Parecer Ser podem me tornar um ser equilibrado, saudável, que pondera; ou um ser desequilibrado, tenso, agressivo que não pondera, um ser não saudável. O que nos permite concluir que em ambos os casos nossas decisões ou escolhas criam a base para o estabelecimento de relacionamentos saudáveis ou abusivos.

Susana Raurich
Coach Psicoterapeuta