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Opinião | Mulher, mãe, profissional: um desafio na sociedade contemporânea

31 de março de 2020

Em março, Mês da Mulher, a atenção do mundo se voltou para a pandemia do novo coronavírus, como não poderia deixar de ser. Mas hoje, no último dia do mês, não poderíamos deixar de trazer uma reflexão sobre o tema “mulher”, tão essencial de ser debatido em tempos como o que vivemos hoje. A convite da OAB Guarapuava, a psicóloga Tânia da Silva (CRP 05/05291) fez um artigo sobre as várias facetas da mulher frente à sociedade atual. Leia abaixo.

 

Falar desse assunto em um momento tão delicado no qual todos estamos vivendo, com a epidemia batendo à nossa porta, é desafiador.

Nosso presente exige de nós uma postura mais racional, por mais medo que todos estamos sentindo. Acredito em que muitos lares, a questão da luta por um mundo mais igualitário, está batendo à porta. As mulheres por anos vêm batalhando um espaço mais democrático em nossa sociedade e também dentro dos lares. Nesse momento, em que todos estamos dentro de casa, é o momento de mais uma vez, salientarmos a necessidade de divisão das tarefas. É o momento de a mulher não se sobrecarregar e a grande oportunidade de todos poderem colaborar, para um senso de união e pertencimento que precisamos para nos sentir ser Humano.

Casar, constituir família, ser “do lar”, não atrai mais o público feminino como décadas atrás. A mulher atual busca novos ares, uma profissão que lhe traga desafios novos, carreira de destaque que possam colocá-la além do confinado espaço das casas, dos lares.

Aquela mulher típica dos comerciais de margarina, sentada à mesa, de avental servindo a família não parece tão atraente, já não desperta o glamour. A mãe de miss, que atenta ficava torcendo nos bastidores pela filha agora torce pela carreira dela, pelo seu resultado no vestibular, pela sua tese de mestrado.

Novos paradigmas, desenhados num mundo globalizado, sem fronteiras, onde se capta instantaneamente os sinais com as mais variadas informações, dão a mulher ideias de um mundo que ela pode expandir, explorar e porque não ser o agente transformador.

Isso mesmo, agente de transformação, não somente a expectadora, não somente aplaudindo seu marido, seu irmão seu pai, enfim um homem. Transformando o mundo a sua maneira, seu espaço, do seu jeito – seu quarto, sua casa, sua empresa, escola, enfim todo lugar, e não são poucos, onde a mulher se faz presente e cada vez mais atuante.

O casamento, uma instituição que parecia o sonho inseparável de toda mulher, no mundo contemporâneo toma nova face, um novo rumo. Vai se distanciando aos poucos de uma opção única e inseparável para ganhar um segundo plano, atrás de uma carreira, de um sonho, de uma profissão que possa ser reconhecida. Uma profissão que lhe empodere e lhe dê autonomia.

Uma mulher empoderada, fortalecida abre caminho para outras, que se espelham nesses exemplos e podem fazer a diferença, lançar um novo olhar em suas vidas. Mulheres unidas se fortalecem, criam laços, são mais exitosas em suas conquistas. Esta é uma das definições de sororidade, a união das mulheres em busca de suas conquistas, mulheres solidárias entre si, evitando rivalidade e competição, que tanto as enfraquecem, que tanto minam suas posições sociais. Esse momento é para nos fortalecermos enquanto individualidade sem esquecer do coletivo, exercitando permanentemente nossos sentimentos de solidariedade e gratidão, nos sentindo cada vez mais humanos.