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Edni de Andrade Arruda recebe a Medalha Vieira Netto

03 de agosto de 2017

A advogada Edni de Andrade Arruda foi homenageada na abertura da VI Conferência Estadual da Advocacia com a Medalha Vieira Netto, a mais importante honraria concedida pela OAB Paraná. A Conselheira Federal é a primeira mulher a receber a condecoração, instituída em 2000 e já entregue a outros seis juristas. Edni foi a primeira advogada de Guarapuava e, entre 2001 e 2006, foi também a primeira e única presidente da Subseção.

Em seu discurso, Edni falou das dificuldades e das recompensas da profissão citando o próprio Vieira Netto e as quatro virtudes – dizer não, não temer, crer e ter segurança.

Edni de Andrade Arruda

(Foto: OAB Paraná/Divulgação)

“São mandamentos para os que amam a profissão e precisam resistir a inúmeras agruras, como a incerteza do processo, o choque das pretensões negadas, a descoberta cruel de que a justiça não é justa. Advogar é acreditar numa justiça viva e permanente”.

Em sua fala, o domínio do vernáculo e da expressão poética da advogada puderam ser contemplados pelo público da conferência. Em sua explanação, Edni pregou o relacionamento respeitoso entre os profissionais do sistema de justiça.

“Assisto perplexa a movimentação de alguns para criar um verdadeiro apartaid entre a advocacia, o Ministério Público e a magistratura – recuso-me a aceitar isso. A atividade forense já é suficientemente árdua e estressante para ser contaminada por antipatias gratuitas ou descortesias.  A Constituição Federal nos reservou papeis igualmente relevantes. Somos todos angustiados pelo peso de nossas responsabilidades na realização da justiça, a mais bela de todas as utopias”.

Edni de Andrade Arruda e diretoria da OAB Guarapuava

Edni acompanhada da diretoria da OAB Guarapuava (Foto: Divulgação/OAB Paraná)

A advogada abordou, ainda, a atual situação política e institucional do Brasil e a missão da advocacia. Considerou que, nesses tempos sombrios, a Ordem não fugirá do seu destino. Será a garantia concreta da reconstrução moral do país e manterá intocável os altos valores da profissão.

Edni de Andrade Arruda

(Foto: OAB Paraná/Divulgação)

“É angustiante assistir às tentativas nefastas de enfraquecimento dos poderes da República. Não precisamos de salvadores da pátria. Sabemos bem que os salvadores são os primeiros na fila dos traidores e buscam apenas salvar a si mesmos”.

FEMINISMO

Feminista convicta, Edni falou sobre sua condição de mulher advogada.

“O feminismo que defendo é as vezes o reverso do que vejo. Sempre recusei estereótipos que a pretexto de exaltar a mulher, atribuindo-lhe virtudes quase sobre-humanas. Servem para infantilizá-la, confinando-a no gueto da mediocridade”.

No mesmo tema, a advogada defendeu ainda a maior participação das mulheres nos quadros da OAB.

“Enquanto cresce de forma vertiginosa o número de advogadas inscritas, em nada aumenta a sua participação institucional. Esse paradoxo merece atenção de todos. Não pode, nem deve a advocacia brasileira dispensar o talento de tantas”. E completou: “Espero que as advogadas brasileiras se comprometam a mudar essa realidade indesejada com empenho e constância, que se entreguem e se integrem à Ordem dos Advogados do Brasil”.